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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

[...] E em cada estação em que não puder estar, levo essa saudade enquanto não posso te levar. E no fim desse sufoco, espero contar com a sorte, se ela existe; que só a morte possa nos separar.


sábado, 17 de dezembro de 2011

Eu tenho uma porção de coisas pra te dizer; dessas coisas assim que não se dizem costumeiramente. Sabe? Dessas coisas tão difíceis de serem ditas e que geralmente ficam caladas: Porque nunca se sabe como serão ditas, nem como serão ouvidas.

sábado, 26 de novembro de 2011

Tenho medo de perder as coisas que andam me fazendo bem.
Só que dessa vez não vou fechar as mãos com força, e apertar a areia do mar fria, pra que ela fique e não vaze de minhas mãos quentes.
Nem abrirei as mãos pra que ela se vá, e minhas mãos voltem a ser frias.
Vou deixar os dedos entreabertos e dobra-los um pouco. Mas, só um pouco mesmo. Pra que a areia se sinta livre, pra fazer o que bem entender.
Não vou segurar, nem soltar.
Se a felicidade decidir ir embora, que vá.
Se decidir ficar, que fique.

/Será bem-vinda.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011


Ainda consigo respirar [...] Mesmo sendo tão difícil ultimamente.
Tudo está tão difícil, mas eu não estou me sentindo mal. Como eu disse... Ainda dá pra respirar.
Tristeza pra mim, é o sobrenome da dor. E a saudade, por uns dias, ela começa a odiar o amor.
Depois passa.
Tudo passa depois de um tempo [...] O que não passa é a dor.
Só ela.
Dor latente do infinito.
E vai indo. E vindo.
Assim como o tempo, que vem e vai. Envelhece. Como eu. Mas eu? Eu envelheço fora do tempo. E dentro dele.
E quem sabe ainda sobra tempo pra sonhar.
Pra viver.
Pra chorar.

Pra sobreviver.

sábado, 12 de novembro de 2011

A gente se fere. A poesia se fere.
Ela se fere tão funda e friamente que chega até doer na gente, quando encasquetamos de ler. Ler com a alma.
Ah, essa poesia [...] Leve e triste poesia. Ela nem sente as vezes. Nem sente a dor, nem a frieza. Deve ser pelo tempo que ela tem de vida [...]
O tempo envelhece, envelhece sozinho, coitado! Mas, só ele vê as verdades que andamos mentindo [...]
É. Nem sei como sei essas coisas. Mas, quem disse que o vento não fala?

sexta-feira, 7 de outubro de 2011


Todos os dias ela tentava tragar a vida do jeito mais seco de todos.
E até hoje, vê a fumaça dos sonhos dela escapando pela sua boca, junto com as coisas que ela mais deseja em ter.
De vez em sempre, vê alguém que até pensa em se apaixonar; vasculha memórias que não consegue esquecer, dai desiste, por medo de sofrer e mais pra frente ver esse alguém se tornando fumaça e indo embora, assim como todos os sonhos que já teve.

/E não consegue fazer nada pra mudar isso.

sábado, 1 de outubro de 2011

Encontrei no silêncio palavras que nem eu sabia que existiam em mim.
Descobri que o céu é bem mais bonito cinza, e que não há cor dentro de mim. Não há um ciclo de vida, em si.
Dor fria e sem diagnóstico.
Deve ser por isso, essa preferência do céu.
Bebi pra amenizar, mais só piorou. Não dormi direito, e fiquei pensando na possibilidade de eu fingir que tudo está bem.
Desisti.
Talvez por hoje, eu tenha que viver, mesmo. De novo. E encarar assim, todos os dias.

/Talvez, no meu caso, o céu seja bem mais bonito cinza.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Só é bom quando te faz mal.

sábado, 17 de setembro de 2011

Eu estou bêbada, se não for isso, alterada. Só quero dizer que ainda há um pouco de alcool no meu corpo.
Digo isso porque vi as luzes brilhando, dancei mais que todo mundo naquela festa, vi pessoas por três delas, a igreja de cabeça pra baixo, e estou cheia de arranhões.
O carro capotou e os três, saímos vivos. Não sou de compartilhar esses acontecimentos, mas eu preciso escrever.
Segundo o médico, falei pra ele que precisava escrever. Perguntei se era um sonho. E ainda disse, mas uma vez que eu precisava escrever.
Minha cabeça dói. Deve ser as várias doses de conhaque. Quando chegou na 11º, parei de contar. E parei de contar quantas vezes minha mãe disse 'filha, não beba' e eu voltei bêbada, caindo e vomitando pra casa (se é que posso chamar de casa esse inferno, que hoje agradeço em ter, onde moro).
E é, foi Deus mesmo. Ou algo maior que isso. Só quero dizer que todos os motivos por eu ainda permanecer aqui, só constam por algo maior, ou algo além do que eu possa imaginar. O carro destruido. A pica dos deuses passou por cima daquilo. Eu sai de lá, desesperada pra salvar outra vida. Não foi a minha. Eu não me importava. De fato, se eu pudesse ter morrido ali, eu o faria.
Mas eu precisava salvar o Pedro. E esses nomes com P me perseguem.
Mas, foi uma coisa tão intensa. Vi a vida passar por mim em cinco segundos.
Aprendi o que é querer respirar mais de uma vez por segundo.
Pessoas que nem conheci, sentimentos que eu nem ousei sentir, passaram por mim. Como um raio, que transcende de uma ponta do ocidente, e vai acabar no quinto dos infernos, onde o horiente começa.
Nada mais que a mera lembrança de viver.
Sentia me como se fosse viver pra sempre, só que viver em apenas 5 segundos me parece tão precário.
Morrer em 5 segundos me parece tão intenso.
As coisas acontecem e a gente nem percebe. É nessas pequenas (grandes) coisas, que o mundo é construido. As coisas vem e vão, e os segundos transcendem os cortes que tenho no meu corpo.
Eu lembro do quanto eu sangrei, e no quanto eu chorei.
Tirando as burradas que eu fiz, até que me pareceu um dia normal. Só que agora fico pensando, se eu não tivesse acordado na hora que eu acordei hoje, isso teria acontecido, ou eu teria adiantado as coisas, se eu tivesse acordado mais cedo?
Fico pensando mais ainda na vida de quem estava la comigo, naquele beco, que agora não é mais um carro. Penso até em ajudá-lo à pagar, começar a trabalhar e terminar de fuder minha vida, sem tempo. E que vida? Sem vida.

Sem tempo pra pensar.
Sem nada. Só com pressa, de ver a morte passar rápido, mesmo sendo a vida que esteja passando pelos olhos. Pressa mais ainda de querer ver quem a gente gosta, mesmo sabendo que isso pode nunca mais existir. Pressa de sumir.
Pressa de sentir. Sentir nada, e sentir tudo.

Sentir.
É quando menos percebemos, que realmente sentimos alguma coisa.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Fico fingindo que não sinto nada.

/Até quando vai essa rotina, eu não sei. Mas assim têm estado bem, tão bem, que eu não percebo o mal que faço á mim fingindo não pensar n'outras coisas. E s'eu não penso, eu não sinto, e se eu não sinto, eu não vivo (...)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

08 de Setembro, 2011.
Balneário de Camboriú - SC.

É, o mar veio até mim. Lógico.
É como a dor. Ela vem como amor, depois que a gente a conhece, se mostra como dor. Estou com uns hematomas nas pernas, e nem sei como os adquiri. Só sei que começou a doer depois que eu sai do mar.
É tão deserto aqui. Quase ninguém.
E aquela hora, só havia eu. E o mar.
Os dias têm sido longos, e a chuva não parou. E acho que foi por minha causa. Os dias têm sido realmente longos. Mas é sempre assim quando a maré esta alta, por algum motivo pelo qual eu não sei.
E por esse mesmo motivo, a água que me tocou, me doeu. Profundamente.
Águas do Sul.
Existe um inferno em baixo daquilo tudo. E existe um céu sob aquele oceano. Mas sobre o inferno, acredite em mim. Eu o senti. E o céu? Você viu.
Eu vi.
Mais amplo que o oceano.
Mais amplo que a minha vida.

Fico lembrando de pessoas que eu não deveria. Entrei no mar com a intensão de que ele me levasse embora alguma dor. Quase me sacrifiquei. A água batia no meu pescoço. Quase me afoguei. Por um momento eu até quis morrer, de fato.
Quem sabe eu esquecesse [...]
Enquanto eu deixei algumas ondas cobrirem minha cabeça, senti como se tudo, por um momento, tivesse passado. Pensei que talvez se eu tivesse soltado as minhas mãos daquela pedra, iria ser pra sempre assim. Não sentir nada pra sempre me parecia uma boa ideia.
A própria onda me colocou pra fora do mar em questão de segundos, então vi que a minha própria vida pode bem me tirar do buraco em que meu coração está.
Tentei ligar hoje. Várias vezes. Sinto que o perdi.
E isso dói. Dói mais até que os hematomas nas minhas pernas que não sei de onde vieram. Eu não sei de onde vim, e não sei mais o que sentir. Estou anestesiada.
E vejo melhor as coisas assim. Eu sinto, mas não reajo. Queria ser sempre assim. Vai ver eu sou assim.
O gosto salgado ainda paíra sob a minha pele.
E eu venho sentido que tudo o que eu toco vira pedra. E no mar, as pedras me ajudaram a sobreviver.
A vida é tão ampla, e tão minuscula que eu acho que não caberia no mar.
A minha vida não caberia no mar. Acho que por isso a própria onda me colocou forçadamente pra fora do mar.
Porque eu sou pequena demais pro mar. Embora eu seja assim, tão complexa. Porque eu sou grande demais pro mar, embora seja assim, tão pequena.
Mas o dia já acabou. O que ainda não acabou foi a minha vida, e a imensidão do mar.
E na real, acho que a vida de ninguém acaba. Nem depois da morte.
Nem depois do mar.
Há vida depois do mar.
Há vida demais em mim. Há vidas em mim.

E creio que foi por isso que o mar não me levou.
Porque eu não sou só eu. Existem coisas em mim que nem eu mesma sabia que existia.
E o mar não me aceitou por esse exato motivo.
Ele me conhece, mas não conhece o que habita em mim.

Eu não conheço o que habita em mim.

Meu diário.

sábado, 3 de setembro de 2011

Eu gritava silenciosamente que precisava ir pra casa. Mas ninguém escutava. E ninguém entendia que minha casa era cada um daqueles três.
Três almas, que pelo acaso do destino foram destinadas à estar comigo aquele dia. Me odiaram, me acharam tosca. Menina idiota, que fala demais, pensa demais. Mas, agora me digam, qual é a expectativa que eu deveria ter, sendo assim, tão 'eu'? Algo já me dizia que aquela noite era pra ser minha, mesmo com os imprevistos, erros, e contradições.
Eu bebi, pra esquecer. Querendo não estar ali, eu comecei a reparar nos olhos de cada um. Eu quase fiz besteira. Minha mãe não gosta do meu olhar. E eu não sei porque, deve ser porque é muito profundo. E como é profundo...
Eu só observava por aleatoriedade.
Só pra vocês saberem, são 6:18 da manhã, e eu ainda não dormi. E sei que se eu for ao menos tentar dormir, eu não vou conseguir. Nem falar eu consigo. Me olhando no espelho, eu vejo toda a podridão que ele quis dizer estar nele, mas na verdade, esta em mim. Bebi tanto, que já não sei quem realmente vejo no espelho. São três de mim, e eu vejo erros em cada um desses reflexos. Erros diferentes, mesmo assim, erros.
De fato, sou tão nova... Mas acho que vivi mais que muita gente ali. Não generalizando, mas só dizendo, que ninguém é o que parece ser.
O que será que eu deveria ter aprendido? Reparei em tanta coisa, e bebi tanto, que, ao certo eu não sei o que de fato aconteceu. Lembro me daquela música, entrando fixamente nos meus ouvidos, dizendo 'que se eu estou sozinha, existe alguém esperando por mim. Mas enquanto eu estou em pedaços, em pedaços permanecerei.' Tentei gritar isso, não consegui.
E se eu conseguisse, de novo, eles não me ouviriam.
O velho da esquina veio me fazer companhia quando fiquei sozinha. Me deu cigarro, me ofereceu cocaína, e me falou o nome do cachorro que gostei. Era Jony. O velho disse muita coisa. Disse coisas que eu não queria ouvir, e coisas que ignorei. Deve ser assim que as pessoas se sentiram em relação à mim naquela noite. Eu não precisava ter falado tanto, embora eu não lembre o que eu falei. Eu não precisava ter reparado tanto. Eu não precisava lembrar disso.
Será que existe algo que me faça esquecer dessa dor? Dor estranha do caralho. E a culpa é minha, de novo. Me envolvo mentalmente com as pessoas, e elas nem percebem, mas se deixam levar por isso. Deve ser por isso que minha vida é fodida. Laços são feitos pra serem cortados.
Não sei o que me deram pra beber, e também não sei porque beberam por mim.
Só quero que todos vocês saibam que nada é em vão. Eu de fato não sei nem o propósito desse texto.
Eu deveria encarar isso como só mais uma noite das quais eu fiquei realmente bêbada, e acordar no outro dia, com uma dor dos infernos, xingando Deus e o mundo. Mas, não consigo. Fiquei sã pensando no quanto de tempo eu ainda tenho pra pensar hoje.
Acabei de olhar no vão da porta, o Sol já raiou.
Minha cabeça tá girando, e eu só estou concentradíssima na velocidade que meu coração manda as palavras para o meu cérebro. Ele envia tanta coisa, que não sou capaz de expressar por apenas um monte de palavras.
Dividimos o cheiro do cigarro, e o som extremamente fodido me que deixou um 'pi' no ouvido. Dividimos estórias, nomes estranhos, e o diabo a quatro. Na verdade, eu só lembro disso. E da minha paranoia. Só lembro do que foi puro.
Puro é isso: algo que não tem mistura. Coisas específicas, mas com um significado forte, e que ainda assim, continua sendo bonito. Que marca. Machuca. Exagera. E é explicito por si próprio. Não precisando de explicações, ou de uma força maior pra ser entendido.
Puro são os sentimentos.
Puro foi o que eu senti olhando pro céu, enquanto o carro andava, e eu escutava a conversa de vocês sem vocês saberem. Puro foi como a noite passou e eu nem vi. Puro é o que sobrou de mim nessa noite.

/Um pouco de cada um de vocês.

Odeio compartilhar meus segredos. Mas acho que pelo menos agora, três pessoas, nas quais eu nem sei se devo confiar sabem deles.

E sabem com a mente. E sabem com o coração.
Eu... Sei la, eles estavam inconscientes e queriam que eu calasse a boca. Disso eu sei. Mas, o velho da esquina, disse que eu deveria contar pra quem eu me sentisse a vontade, e eu apenas o fiz.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Talvez comemorar perdas e arrependimentos não seja lá uma tão má ideia assim.
Amizades perdidas, e amores também. Um poço de saudade, com uma água escura que as pessoas chamam de aparência. Escura, e dura de se engolir.
A vida que se vai e se vêm.
É, dezessete invernos não tão bem vividos, somando com os maços de cigarros, e o álcool, soa mais como um coração partido.
Deve ser assim mesmo. Quando você mais se sente cheio de sentimentos, e está com tudo ao seu favor, é quando você se sente mais vazio, pois sabe que nada daquilo é seu. E que infelizmente, nada dura pra sempre, mesmo que se cative aquilo. Mas, como eu disse, são apenas dezessete anos não tão bem vividos. Talvez com o tempo, eu aprenda.
Ou não. Só me foda mais, e me afunde mais.
Fico aqui pensando em quantas vezes vou ter que me fuder pra aprender como a vida é. E não falo de algo específico, falo da vida em si. Do jeito que as coisas são.
Não fiz porra nenhuma, e acordei com uma febre do cão e uma gripe chata, logo, deve ser presente da vida pra mim, novamente. Só faltou um bilhete escrito 'Surpresa, aqui é a sua vida, e eu só tô te estragando um pouco mais'.

No final, eu sei que a culpa é minha.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Sol, mal-estar, dor de cabeça.
Sentei naquele banco do ônibus que é ao contrário, sabe? Dando a visão completa de tudo o que acontecia. Não reparei em nada. Pensei em tudo.
A velha da minha frente, com um olhar tão triste, pensando no filho que perdeu pras drogas, e na filha mais velha que esqueceu de existência de seus pais depois que casou, e se mudou pra cidade grande. O cara do lado da velha triste, me olhando com uma cara de safado, não vendo a hora em que o ônibus de fato partisse, pra que logo ele estivesse em sua casa. Afinal, era o único lugar onde ele podia se masturbar vendo fotos de crianças nuas na internet.
Consegui calar meus pensamentos por um minuto. Abaixei a cabeça e quase cai no sono. Monótomo. Eu estava distante de mim mesma.
Não conseguia me concentrar em nada. E me digam, no que eu me concentraria em pensar as 14:00hrs da tarde de uma segunda feira, em um ônibus lotado?
Eu só queria sumir.
Lembrei do Pablo. E dos trabalhos escolares. Lembrei que também tinha uma vida fodida, e me perguntei quem eu era pra ficar julgando a vida dos outros assim. Depois pensei que sou uma idiota, e vai ver é assim mesmo. O diabo sopra coisas no meu ouvido e eu fico dando bola.
Acho que no fim de tudo, todo mundo ali era fodido. Afinal pagar três reais pra fritar dentro de um ônibus é a única saída pra voltar pra casa. Casa onde não tenho vida. Vida onde não tenho casa.
Fiquei tentando pensar em algo além da minha dor de cabeça. O funk do cara de pé, ao meu lado, não deixava. Matei ele sete vezes por pensamento. Devagorosamente, tirei membro por membro dele, e dei pros cães do diabo comerem.
Eu só queria sair dali. Eu pensava em tanta coisa. Coisas que não consigo nem descrever.
Tinha uma menina de no máximo três anos de idade, linda, de olhos azuis, o que me deixou triste. A maioria dessas, que são lindas, não se valorizam quando ficam mais velhas. Eu que sou feia, me dou mais valor. Eu sei que eu não deveria, mas eu me importo com o futuro da nação, mesmo eu achando que eu nasci no país errado, na hora errada, e na família errada. Sei la. Não tenho porra nenhuma haver com as respectivas vidas das pessoas no futuro, mas, só acho que é preciso um pouco de cautela, sabe? Até o diabo sabe disso. Depois que tudo explodir, ninguém poderá dizer que eu não avisei.
Não entendo esse mundo. Principalmente essas coisas, que parecem sempre girar, assim como o mundo, mas na realidade nunca saem do lugar.
Tinha transformado meus pensamentos em transtornos. Delírios, como Pablo e Bukowski diriam.
Eu pensava em todo mundo, menos em mim. Nunca penso em mim, e quando penso é pra dizer à mim mesma pra parar de pensar. E em alguns momentos daquela pequena viagem de uma hora e meia, pensava nisso. Queria me calar internamente, pra eu mesma poder ouvir meus próprios pensamentos. Tão complexos mas tão insignificantes. Tão cheios, mas, tão vazios. Cheios de mim de uma forma egoísta e sincera; mais sincera do que eu já sou. Deve ser por isso que doem tanto. Sei la, talvez eu só não goste deles, porque eu não gosto de mim. Talvez eu só deveria estar pensando em outra coisa.

O ônibus continuou andando, e eu tentando fugir dos meus pensamentos.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Fiquei sentada observando aquele monte de carro passar. E eles passavam.
O que não passava era aquele aperto no meu peito, estraçalhando metade dos meus pensamentos. E aquelas luzes machucavam meus olhos. E a dor perfurava meu corpo como a luz transcendente de Times Square.
Já não via motivo de estar sentada ali. Talvez, só estava esperando a dor passar. Mas diferente dos carros, e das pessoas, ela não passava. Só me perfurava, cada vez mais.
Eu me sentia como um papel, rasgado, e jogado pelas ruas. E esperando que pisassem mais em mim, ou que a chuva me levasse pra um lugar seguro. Mas não aconteceu.
E nem vai acontecer.
Vou ficar esperando a dor acabar comigo de vez.
Foi o acordo que eu fiz com ela.

terça-feira, 26 de julho de 2011

É só mais um daqueles dias que nem eu sei explicar direito o que eu sinto.
O caos paira sobre tudo, mas dentro de mim há uma paz. Talvez eu saiba que no final, isso tudo vai passar, ou não. Tanto faz.
Os resultados não me importam, só o que importa é essa minha vontade de querer viver.
De repente.
Estar mal é tão deprimente. Você se sente impotente. Dai, todos inventam de dizer que se importam. E eu invento de dizer que não é necessário, pois estou bem.
Ambas mentiras não me importam.
Elas só amenizam o caos sublime entre quatro paredes.
Já ouviu falar que as paredes tem ouvidos? E que elas falam? Então. Acho que é a única coisa que importa no momento. Elas falam. Falam tanto que prefiro fingir que sou surda. E as vezes, cega também.
A maioria das vezes me finjo de morta. É melhor. Pra amenizar.
Não gosto de coisas muito longas, nem do que se impregna na cabeça da gente e insiste em não sair. A determinação é uma excessão.
A determinação de mudar, de viver, ou as vezes de se fingir de morta. Eu apenas estou fazendo o que é o melhor pra mim. E é sempre isso. Somos egoístas, e só queremos o que nos faz bem.
E as paredes? Elas nem se importam. E nem ninguém além delas.
Acho que no final de tudo, tudo já não existe. E não é como era antes. Mesmo com essa sensação de que tudo pode mudar, e que a vida pode continuar. Tudo não muda, na verdade. É a gente que muda. E tudo só fica parado, olhando pra gente, esperando o que vai dar nas nossas telhas.
Esperando algo acontecer.
Talvez o mundo todo dependa disso, de esperar algo acontecer. Porque é isso que move o mundo. Seja novas vidas, ou novas mortes. Novos sentimentos, novas pessoas, e sensações.
E até que as paredes têm razão. Falam demais. Cochicham entre si pra ver se algo muda, mas na verdade, eu vejo que elas nunca saem do lugar. Assim como muita gente se acomoda cada vez mais, à sentir dor, à falar, se sentir mal, e não mudam.
Esperar algo acontecer, no final, não é nada. O negócio é acontecer. Fazer acontecer. Mudar.
Só a gente pode mudar a gente mesmo. E não é ninguém além disso.
Nem as paredes, nem outras pessoas, nem outra qualquer coisa de valor.
O que importa tem nome, e o nome é: você mesmo. E não as paredes, que são falantes, e gritam incessavelmente, e não fazem merda nenhuma.
Não saem do lugar.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Eu sei. Eu disse que meu coração batia por você. Eu estava mentindo; ele bate por dois.
Porque eu tenho o seu amor e eu tenho esses vícios.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Não me indentifico com mais nada que é meu.
Não consigo pensar com essas vozes me dizendo o que eu deveria fazer. E nem sei se são vozes. É algo, la no fundo, me dizendo pra fazer tanta coisa, que nem ouço mais.
Meu olhar de desespero deve até ter se fixado em meu rosto. Ou não. O desespero já foi tanto que eu até já acostumei. Me acomodei.
E esse meu passado me perseguindo? Eu sei que é meu, mas não deveria. Eu não vejo nada semelhante de hoje, com ontem. Quem eu era morreu, até parece que existe um novo 'eu'.
Queria só saber o porque venho me sentindo assim. É tão estranho. Sempre é. Estranho também é essa minha nova mania de me olhar no espelho e rir. Fico mentindo pra mim mesma; E parece que perder pessoas deveria ser meu novo hobbie. Sei la. E eu pouco me importo, agora que venho mudando. Na verdade, nunca me importei. Sempre soube que ia acabar sozinha. Ou melhor, sozinha não. Acompanhada, dessa coisa que gostamos de chamar de 'nada'.
É até engraçado. Não me reconheço mais. E não estou incomodada com isso. Talvez seja o tempo que decidiu mudar de vez. Ou fui eu quem decidiu mudar com o tempo? Eu já nem sei mais. E sinceramente? Eu nem gostaria de saber, já que venho praticando o desapego com toda minha força. Acho que me desfiz de mim e nem percebi. Sei la, talvez eu não me achasse importante. O que já era de se esperar. Mas sei la, vou abaixar o volume, desfazer os costumes, me trancar um pouco, me sentir de novo, e ver se é isso mesmo tudo o que eu quero.
Acho que deve ser só uma crise. Daquelas que sempre tenho, e que canso de contar pra mim mesma, e rir depois. Ou talvez seja uma crise definitiva. Talvez. E isso não sai mais nada da minha mente, e eu fico aqui me sentindo impotente.
Impotente de pensar, de gritar, de correr, de falar, de escrever, sonhar, e até de morrer. Tudo fica girando, e eu fico sem ver a saída, mas depois clareia tudo, e a luz machuca meus olhos. Sinto dor, e pelo menos lembro que ainda estou viva.
Deve ser por isso que venho sentindo esse 'nada' misturado com essa dor que me aflige lá dentro. Deve ser pra me sentir viva, já que isso é algo que nem sabia mais o que era. Que nem lembrava que tinha cor, se era frio ou quente, alegre ou descontente.
E no fim, é tudo isso. Tudo junto, e a gente nem vê. Só vai vivendo, achando que dói viver. Dói nada, o que dói mesmo é se perder. Se perder do 'tudo' enquanto tudo que você sente é o 'nada'.
E apenas ele. Te consumindo, cada vez mais.
Até que um dia você morre, e nem sabe mais o que era nada. E não sente nada.

/Nem o nada.

Alinhar à direita

Eu precisei de você hoje, e você não estava aqui. Falaram que quando você silenciava era porque já havia dado a resposta, mas não ouvi sua voz nenhuma vez ou senti algum toque. Não sinto nada, só aquele amargo voltando e apertando tudo, querendo destroçar tudo de novo, querendo soprar tudo pra longe. Não sinto nada além da areia do castelo que construí escorrendo por de baixo dos meus pés e voltando pro mar. Mas já sinto o vento frio da noite no deserto.

- eu precisei e não havia ninguém aqui.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Farei o possível para não amar demais as pessoas, sobretudo por causa das pessoas. Às vezes o amor que se dá pesa, quase como uma responsabilidade na pessoa que o recebe. Eu tenho essa tendência geral para exagerar, e resolvi tentar não exigir dos outros senão o mínimo.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Dorme menina, o sono também salva, ou adia.


Caio Fernando de Abreu.

terça-feira, 21 de junho de 2011

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Poderíamos casar, teríamos um apartamento, tomaríamos café as cinco da tarde, discordaríamos quanto a cor das cortinas, não arrumaríamos a cama diariamente, a geladeira seria repleta de congelados e coca-cola, o armário de porcarias, adiaríamos o despertador umas trinta vezes, sentaríamos na sala de pijama e pantufas, sairíamos pra jantar em dia de chuva e chegaríamos encharcados, nos beijaríamos no meio de alguma frase, você pegaria no sono com a mão no meu cabelo e eu, escutando sua respiração. Eu riria sem motivo e você perguntaria porque, eu não responderia, saberíamos.

Caio Fernando de Abreu.

É este o problema com a bebida, pensei, enquanto me servia um copo: Se acontece algo de mau, bebe-se para esquecer; se acontece algo de bom, bebe-se para celebrar; e se nada acontece, bebe-se para que aconteça qualquer coisa.
Desconhecido.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Há dias que eu quero dizer muita coisa, mas eu nem sei o que.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Ah, se você pudesse sentir como é não conseguir dormir sem ouvir a tua voz cansada. Você devia estar aqui pra ver, aqui não para de chover desde que você voltou pra casa.
Se o meu lar for onde houver a tua respiração, vou morar na tua voz ao menos até o final dessa canção, ou no teu coração.
Ah, será que você vai lembrar onde é que você vai guardar o rascunho dessa história? Ou vai fazer fogueira pra queimar e ver que não dá pra fechar a biblioteca da memória?
Você já me conheceu o bastante pra saber se eu sou ou não bom o bastante pra você, quando acordar e o meu nome sussurrar.
Eu posso te ouvir e eu sinto como se nós não estivéssemos a sós. Você está aqui, e eu sinto que posso estar em qualquer lugar.

/Eu sinto como se você fosse o meu ar.

O ar - Lucas Silveira.

sábado, 21 de maio de 2011

E veja só onde é que a gente chegou. Como alguém pode chamar isso de amor, se hoje escrevo com navalha em minha pele o que eu preciso esquecer?
Perceba as coisas que você me falou. Como alguém pode dizer que não mudou? Se eu sou o fruto da minha falha, as suas falhas podem definir você. E quando acordar, aonde vai estar? Que roupa vai vestir? Aonde quer chegar?
Não dá pra abandonar a posse do 'sentir'. Mas, hoje estou aqui, disposta à te apagar.
Um mau espírito pegou tua mão, e enegreceu a cor do teu coração, e apenas eu fui testemunha. Mas, não me encontro em posição de te julgar, pois, também há um lado negro só meu. Apenas nunca quis ter visto o seu. E eu sei que não existe nada nessa vida que vai nos fazer mudar.
E quando a dor chegar, quem é que vai te ouvir? Te fazer respirar? Te devolver o ar? E quando acabar esse corpo pra esquecer as feridas pra sarar?
E o adeus que eu não falei.
Sou um retrato que a tua mão revelou. Cópia barata do que eu acho que eu acho que eu sou. E sim, meu amor, eu sei que eu não devia sentir isso.

/Querer demais o que eu nem sei o que é.

domingo, 15 de maio de 2011

Fico lembrando dos dias, em que tudo costumava há estar bem.

sábado, 7 de maio de 2011

Eu sou uma estação, é isso. Assim não dói além porque eu sei, desde o começo, que sou passagem.

Tati Bernardi

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Venho sentindo uns arrepios, um frio, um vazio - que não é normal, mas vem se tornando. A cada tragada desse cigarro, eu lembro de você. É como se a fumaça que sai dos meus pulmões fosse uma parte de você que se foi. Que se vai. Eu consigo ver os rastros no ar. Consigo sentir dentro de mim. Consigo sentir o cheiro - o seu cheiro.
Eu venho sentindo tanto a sua falta. Ah, querido! Por que você simplesmente não ficou me fazendo companhia aqui, comigo? Por que simplesmente disse que não iria precisar partir de perto de mim nunca?
E o jeito de como você me tocava, anda me fazendo perceber que tento passar pras coisas a mesma segurança que você me passava. Tocando-os do modo que você me tocava, com delicadeza, com medo de quebrar aquele sentimento, que hoje nem existe mais. E acho que foi justamente o que me sobrou de tudo isso. Te sentir, aqui, pra sempre.

/Mesmo que em pedaços espalhados dentro de mim.

domingo, 1 de maio de 2011

Quarto escuro

Ando insatisfeito com a maldita farpa, alojada em meu peito cada vez mais inflamada. Ando muito alterado sem saber para onde correr. Fumando um baseado atrás do outro sem sentir prazer.
Afinal, quero sempre mais. Aceitar como sou agora já não me satisfaz.
Eu já não sou capaz de viver em paz.
Sobre minha cabeça os tetos desmoronam, esmagam minhas crenças e amigos me abandonam. E antes que eu me esqueça o quanto sou infeliz, o anúncio me lembra tudo aquilo que eu ainda não fiz.
Afinal, quero sempre mais. Aceitar como sou agora não me satisfaz. Eu já não sou capaz de viver em paz.
Continuo a viver, apesar de ser assim.

/ Até chegar a minha vez... E eu vou até o fim.


sexta-feira, 22 de abril de 2011

Sabe quando o vazio vem, te mostra que é maior que você, e você se torna incapaz de sentir algo, alguma dor, algum pensamento que te faça sorrir, ou qualquer sinal de que você está realmente vivo? Sabe quando você está cheio de vazio, e nem o vazio consegue mais sentir? Porque, simplesmente, é o vazio. Você não sente, nada. Só o nada. E sabe reconhecer que não tem nada ali.
Sabe quando você não acha motivos pra levantar da cama? Então...

/Eu sinto o 'nada'.

Meu único alívio é dormir. Quando eu estou dormindo, eu não estou triste, não estou magoada, não estou sozinha, nem pensando em estar.
Eu não sinto nada.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Venho me sentido estranha. Como se eu não fosse daqui, como se nunca tivesse estado aqui. Esse monte de pessoas falando na minha cabeça, pra eu mudar. Será que elas não percebem que quanto mais elas falam, menos eu me importo? Dizem pra eu voltar a ser o que eu era antes. Me diz, como eu era?
É tão relativo, eu sempre fui a mesma. Só venho estado mais reservada conforme o tempo vem passando. E eu nem me importo mais, afinal, eu sempre tive esse outro lado de mim, aqui dentro, pensando silenciosamente. Ainda é silencioso, ainda é persistente. Eu só decidi amenizar aquela coisa de mostrar tudo o que eu sinto, e falar tudo o que eu penso. Joguei fora aquela mania de falar duas vezes antes de pensar. Joguei fora aquela coisa de não saber o que falar quando preciso, e falar desesperadamente quando não é necessário.
Acho que aquilo sim não me pertencia, afinal eu me lembro muito bem de quando eu era criança, eu, sempre quieta, num canto observando, mas, com o tempo a gente muda. Muda sabendo que não é assim, que não podemos mudar simplesmente; E sabendo que há algo de errado. É assim mesmo, de uns tempos pra cá tudo vem mudando. Se bem que eu levo em consideração que na minha infância tudo era mais fácil. Eu acho que na vida de todo mundo foi assim. Ligando os fatos, eu só acho que é mais fácil você ser uma criança reservada do que uma jovem-idosa ligada à essa merda de mundo moderno de hoje em dia, e não falar nada. E sim tudo, tudo o que você não quer dizer. Distorcendo as palavras, pra que elas pareçam ser mais interessante pras pessoas, do que pra você mesmo.
Eu decidi voltar a ser aquela criança que pensava, calculadamente, milímetro por milímetro antes de agir, que mesmo sorrindo e correndo pelos cantos, sempre se escondia pra pensar de vez em sempre. Parei de ser o que eu, realmente, não era. Uma pessoa, com idéias fixas na mente, que podem sim serem concretizadas, mas que estão paralisadas pelo medo, pelo ódio, e por toda essa merda que nos cerca.
Vai ver, no fim, é assim. Decidimos parar de sentir fome de viver, e começamos a pensar em toda aquelas coisas idiotas, que sempre soubemos que eram idiotas, e nos arrependemos. Tão amargamente, que preferimos nos calar do que mover um músculo insignificante que temos debaixo dessa nossa língua, grande, mole e sem cérebro.
Eu sei que na verdade, tudo o que queremos falar não precisa, necessariamente, ser dito.

/ Vai ver, ser reservada assim, não seja tão ruim.

sábado, 16 de abril de 2011

(...) Você está sempre indo e vindo, tudo bem. Dessa vez eu já vesti minha armadura, e mesmo que nada funcione, eu estarei de pé, de queixo erguido. (...)
Você está saindo da minha vida, e parece que vai demorar.

/ (...) Se não souber voltar ao menos mande notícias.

Ninguém pode entender como as vontades de estar perto de você aparecem. Ninguém pode entender, o porque disso. Anos, quilômetros, ventos, tempestades, não puderam nos separar. Sangue da minha árvore frutífera que me traz alegria. Sangue da minha única árvore frutífera.
Única árvore, árvore de amigos, mas, os poucos frutos que ela dá, são vivos, e cheio de cores. Vêem-se de longe. E são meus, eu não os troco por nada.
Você é aquele primeiro furto, de muito tempo, antes mesmo de eu conseguir saber me dizer que eu era gente, e conseguir pensar em outras coisas a não ser brinquedos. Você marcou a minha história.
A vida me deu você. Você me deu a vida. Se fosse de ontem, de poucos meses, de um ano, até agora, seria ironia de minha parte falar tais coisas, mas são mais de anos, e você nunca saiu daqui, da minha mente. E como você me disse hoje, o que está na mente e não pode ser removido, é porque também está no coração, e com a certeza que isso me dá, eu posso até dizer que você está em minha alma.
Poucas conversas, mas, os mesmos pensamentos. Interligados, conectados. E as interferências não atrapalham, só acrescentam. Mostram que somos inseparáveis, mesmo que queiram nos separar. Inseparáveis, mesmo que queiramos nos separar.
Isso é simplesmente porque não há forças maiores do que a de nós mesmos, juntos. Interligados. Não há motivos maiores, nem menores para nossos corações se zangarem por algo fútil, como a vida, tola vida, que quis nos separar.
É um tipo de amor que não tem nome, amor inexplicável, por uma pessoa que você quase nem vê, mas que ocupa sua mente de uma maneira incomparável. Que não precisa dizer palavras bonitas pra você saber que você é especial pra ela, e sempre vai ser, e que você não precisa repetir que a ama, pra que a certeza venha à ser, pois simplesmente isso já está explícito, sem precisar de explicações ou intervenções. Alias, já ouviu falar que não tem como se explicar o amor? Pois é, explicações estragam. E se você conseguir explicar, isso simplesmente não é amor.
Pensamentos interligados, conectados.
Tudo o que respiramos são as nossas vidas. E eu sei que ninguém entende, o motivo de tudo isso, mas, se fosse pra explicar alguma coisa...Se fosse pra alguém entender alguma coisa, eu simplesmente ficaria quieta, pois não há explicação, não há no que intervir. Não há nada maior que isso pra me fazer viver.
Uma coisa sem explicação e tão íntima, que nem se eu explique pra mim mesma vinte vezes, eu mesma não entenderia.

/ Interligados. Conectados.

sábado, 2 de abril de 2011

Ouvi ruidos, e pensei que fosse passos. Mas logo vi que era meu coração, inquieto, pulando... Podia até ver seu contorno em minha pele. E continuava com tanta facilidade e eu nem sabia porquê.
E minha respiração aumentava de acordo com o pensamento de que seria tal batimento. Acho que de tempos pra cá, de tanto ele esperar, o que eu não sei, se desgastou e começou a sentir por ele próprio.
Mas depois, à custo, abri os olho. E nada havia. Vácuo.
A não ser pela solidão, sentada ali em um canto, me observando, sugando minhas gargalhadas...

Sinto-me empacotada em Seu contínuo amor. As Suas palavras suplicantes para ir de encontro aos Seus olhos soam como auto-falantes em uma chuva torrencial.
Pai, eu sinto cortar-me ao meio quando reconheço que minha cura não foi sarada, apenas pintada por meus próprios dedos.
E hoje não peço para que me ajude sair de lamas tão sordidas e superfluas, pois nelas não estou mais.
Hoje peço-Te que me de o cintilante sonho de estar por entre Suas asas, entre Seu plano de redenção. Peço-te que eu possa me entregar.
Pai, como eu posso estar em Sua presença com pés tão sujos? Como poderei processeguir com mágoas? Suplico-Te que conseda-me a misericórdia de estar em oração.
O sorriso me vem em pensar em um dia que o Senhor poderá me levar para ver os lírios em um céu tão denso e macio, interminável. O som dos trigos enfeixados me mostraram que sou Sua filha, e meu louvor não há de acabar.
Enquanto me existir fôlego, sim, eu prometo que estarei entre Seu olhar.
Pertenço a Ti, minha existência reside em Sua casa, meus passos em Seus pés.

domingo, 20 de março de 2011

S.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Mas que vergonha! Nós nos tornamos coisas tão frágeis e despedaçadas, assim como essa lembrança que sobrou. Apenas uma minúscula faísca.
Eu dei todo o meu oxigênio para deixar as chamas começarem, então deixe as chamas começarem. E isso tudo vai passar, e isso vai acabar. Eu sei.
E eu sei que em algum lugar a fraqueza é a nossa força, e eu vou morrer procurando por isso.
Eu não posso me arrepender por tanto egoísmo. Isso é só pra dor passar. Minha agônia e todos os problemas causados, não importa o quanto durem; Eu acredito que exista esperança enterrada por baixo de tudo isso, e se escondendo debaixo de tudo isso. Crescendo por cima de tudo isso.

Me afundando naquilo que eu pensei que fosse minha luz.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Há desencontro entre os seres que se perdem uns dos outros entre palavras que quase não dizem mais nada.


domingo, 6 de março de 2011

Ninguém entende. Meu mundo fica girando, cada vez mas rápido. Quando eu me dei por mim, eu estava num cenário que eu mal conhecia, num estágio da minha vida que nunca pensei que eu fosse passar; Eu não tenho percebido nada, nem as minhas feridas (que estão praticamente cicatrizadas, mas, que ainda doem), nem as gotas dessa chuva que parece infinita, muito menos o que eu tenho feito. Tenho feito tanta coisa pra me destrair que nem percebo, virou rotina. Parece que nunca aconteceu nada, que minha rotina sempre foi corrida, e que tudo o que eu faço sempre esteve aqui, presente.
Como eu disse, me dei por mim, hoje cedo. Fumando o ultimo cigarro do meu terceiro maço da semana. Passou pela minha cabeça, como o vento passa por'entre as folhas. Tão rápido, mas, tão marcante, assim como algumas pessoas passam pela minha vida. Tão rapidamente, mas, conseguem tirar um sorriso do meu rosto.
Eu não tenho força pra sorrir, nem pra viver; e eu acho engraçado. E é mesmo. Acabo tendo força involuntáriamente, contando as gotas da chuva, sem perceber. Eu nem sinto, só vivo. E é como dizem 'é o que tem pra hoje'. Se não for assim, não tem como ser. Acho que é tipo um mecanismo que os nossos corações ignoram a existência.
Mas, é assim mesmo. Eu nunca vou conseguir entender.

/ Nem eu; nem ninguém.

Decidi;

Então permanecer sozinha. Isso nunca esteve em meus planos, mas aconteceu. Eu sei que você nunca vai entender, mas é que você faz parte de mais um sonho, um sonho daqueles que nunca se realizam. Não é fácil ter tanta certeza de algo que eu não sei se realmente aconteceria, mas das vezes que senti minhas pernas balançarem, essa foi a única que eu não consegui me equilibrar. Você esta por perto, mas não o quanto deveria e isso torna as coisas cada vez mais impossíveis. Se eu mentir e falar que ainda não me importo você promete me amar como antes? De todos os meus segredos esse é único que você nunca vai saber.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Apenas um monte de palavras.

17 de julho.
Fazia frio.
O vento lambia tudo por que passava.
Aquele olhar penetrante, perdido...
Ela chorava.
Dizendo que era tudo o que ela sempre quis.
Fazia planos, pensava em como seria a vida, e pensava alto.
Queria agarrar o mundo com as 2 mãos.
Ela iludia.
Ela se iludia.
Ela queria viver algo que não estava apta a suportar.
E ele tentou dar isso a ela.
Ele lutou com unhas e dentes para provar.
Mas ela desistiu, como quem desiste de uma fruta podre.
Ele se sentia uma fruta podre.
No final das contas, ela não tinha nada a falar
Apenas um monte de palavras
Palavras essas, perdidas e sem emoção.
Palavras essas, que magoam.
Que ferem.
Que estupram seu ser.
Ele viveu até o último suspiro dela.
E ela desistiu de viver.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Pegou de leve mais deu impressão que não era quente; Hoje me derrete. E a bola de neve vai na direção que a ladeira desce, e eu quero que me leve; Se olhar à frente posso te mostrar que ainda é bom estar aqui, cuidando de mim, só de mim. Porque nada se move quando a prisão é na sua mente. Não tem liberdade;
E é quando um mundo novo pode te chamar atenção, e graças à você, hoje, finalmente eu vejo de verdade. Tendo essa visão eu até posso adivinhar o que foi guardado pra mim, ao lado do Sol. E vendo Seu olhar, impossível de evitar. E eu descansarei, já não sentindo dor. E eu posso viajar estando no mesmo lugar. Eu posso mudar sendo que eu sou.

/ Pra sempre sua, <Deus3.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A minha vida tá igual à uma parede velha, sabe? O tempo tá passando, rápido, e sem deixar vestígios. Dai, os pedaços estão caindo, pessoas partindo... Mas, sabe quando você sente falta? Tipo uma parede mesmo, quando a tinta velha começa a cair, e vai ficando uns pedaços grandes e podres de vazio.
É.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Diversas vezes ela se via à beira de um penhasco, prestes a pular mas sem saber qual pé usar pra dar tal passo. Mas enfim ela se joga, e mal sabe qual pé usou. Impulsionou o corpo pra frente o máximo que pode, para não bater nas rochas; O dia era nublado e a hora era por volta das 18. O vento era frio e lhe cortava as maçãs do rosto sutilmente as corando.
Chegava a ser agradável. O tapa que sentiu quando bateu na água é que não foi. Era como se seus ossos tivessem sido fragmentados. E depois, já envolvida pela água, era como se sua pele fosse mármore e seu sangue tivesse cansado de correr e parado nas veias. Os olhos olhos se fecham e o pesar que se sente é de que todo o cansaço de uma vida está todo em você naquele instante.
Um grito ecoa em sua alma. "Respire!"
Mas o pulmão só encontra água. Um segundo na superfície. A adrenalina dispara seu coração, mas a caimbra encontra suas pernas, os braços doem, e a gravidade fica mais pesada ali e a puxa para baixo quase que pelos cabelos.
Então escuta outro corpo que se atira nas águas geladas e escuras. O mar tem medo desse outro corpo. Ele não é fraco como o dela.
Não pense nisso como suicídio, ela sabia que alguém a iria salvar de si mesma. Ele a leva em seus braços para fora das águas turvas, manda o vento parar e apenas com um toque lhe une os ossos, tirou a sua frieza de mármore, dá cor e vida aos seus lábios pálidos e sopra fôlego de vida novo em suas narinas. E enquanto ela ainda tinha os olhos fechados Ele a abraça encostando seu ouvido no coração dEle, e canta sussurrante incansáveis vezes: "Ah, meu pássaro falante... Apesar de suas penas serem esfarrapadas e enroladas eu amarei você por todos os seus dias até que seu fôlego deixe sua delicada moldura."

Hoje eu acordei numa casa diferente, num quarto diferente, sem nenhuma muleta, sem nenhuma maquiagem, meus amigos estão ocupados, meus pais não podem sofrer por mim. Hoje eu acordei sem nada no estômago, sem nada no coração, sem ter para onde correr, sem colo, sem peito, sem ter onde encostar, sem ter quem culpar. Hoje eu acordei sem ter quem amar, mas aí eu olhei no espelho e vi, pela primeira vez na vida, a única pessoa que pode realmente me fazer feliz.

Tati Bernardi

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Cigarettes in your bed - Atto

Acabo de acordar; O mesmo pensamento. Quando esse inferno ira acabar? Eu sinto, eu lamento, por não mais te ligar. E ir na sua casa pra gente conversar, e você me ouvir tocar violão naquela sua cama.
Eu te comprei uns presentes, e fumei mais de 50 cigarros pra tentar tirar você da minha mente. E amenizar essa saudade de te ligar.

// E eu continuo com as tragadas, esperando você voltar.


Break Zumbi e Iris Campos (modificada)

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Me sinto tão fraca. Tão frágil. Tão instavél. Me sinto tão sensível. Eu me sinto como se alguém pudesse, literalmente, me partir ao meio a qualquer momento. Eu não quero me sentir assim. - E as vezes eu sinto como se não soubesse o 'por que' de eu estar assim. Eu quero me sentir livre, mas, liberdade demais sufoca do mesmo jeito. Eu quero me sentir forte, mas no momento, fingir não é o meu forte.

// Quero parar de sentir tudo isso que está confundindo a minha cabeça. E isso não é com ninguém. É comigo mesma.

sábado, 29 de janeiro de 2011


As cores parecem fogos de artifícios, e o céu está com umas cores estranhas, que ela nunca viu antes. E isso dói tanto nos olhos dela. Mas, é assim mesmo. As noites não podem esconder os dias, assim como as lágrimas não têm porque parar de rolar do rosto dela. E as luzes invadem seus olhos, assim como ela está morrendo pra dizer 'apenas me tire daqui'.
Através de um manto de algo frio, ela sente alguém cantando uma música que ninguém conhece, mas, que pra ela é familiar; E parece que é isso que sufoca todo seu brilho.

// E ela está morrendo pra dizer 'apenas me tire daqui; tire-me de tudo o que me tornei'.

Eu deveria ter te beijado. Eu deveria, em vez de olhar pra chuva caindo, ter te olhado nos olhos, e ter te pedido pra ficar, em vez de tentar correr pra outro lugar, ou ter ficado olhando pro chão, num ponto fixo. Depois disso, eu deveria ter te ligado. Eu deveria ter gritado o teu nome, ou, na hora em que você estava indo embora, ter me virado e ficar te olhando partir.
Mas, agora, eu só estou olhando pra bagunça que eu fiz. E essa bagunça não é fácil de enfrentar, assim como você pegou meu coração de dentro de mim, e simplesmente foi embora, facilmente, vagarosamente.
Eu deveria não ter chorado. Ter aguentado mais, e ter visto uma segunda opção (a qual não existia) no meio de tudo aquilo. Minha cabeça agora está ocupada de tantos erros que seu coração cometeu contra mim.
E eu lembro, todo o meu mundo estava desmoronando quando você foi embora. E tudo o que eu sou (pelo menos, o que eu era), desmoronou. E isso pode demorar mais que o tempo que uma vida dura, pra sarar.
E a culpa é sua.

// Enquanto isso, eu fico observando a bagunça que minha vida se tornou sem você aqui.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Querido Deus,

eu sei que Você já sabe tudo que eu estou escrevendo mesmo antes d'eu pensar. Mas, mesmo assim vou escrever. Tenho algumas dúvidas. Na verdade tenho muitas, mas desta vez vou me concentrar em uma: o que fazer quando não sei o que fazer? Porque isso resume um bocado de interrogações em uma só. Depois eu escrevo mais.

Grata pela atenção já dada.
-sua Iris.


Você pode culpar as pequenas coisas. Você pode me culpar pelas batidas do meu coração. E sabe aqueles seus segredos? Fique com eles. Você pode me mostrar todas as suas cicatrizes que eu já conheço bem, e se gabar por tê-las conseguidos em dias difíceis, e pode falar 'que não precisa mais de ajuda'. Você pode dizer que está melhorando, está tudo bem. Eu entendo. Você tem tudo o que precisa, mas, nada está certo, eu digo, por mim. Porque eu também estou assim, mas, está tudo bem, você pode me culpar por isso também.
Há milhões de maneiras de aguentar a correnteza, mas, quando isso virar uma cachoeira de emoções descontroladas, eu quero ver você dizer 'que não precisa de ajuda'.

// E sim, você pode me culpar por isso também.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Eu falo muito. Talvez seja essa minha forma de quebrar o silêncio que me consome. Mas, não soa do mesmo jeito quando ninguém está realmente ouvindo. Nós tropeçamos nas nossas vidas, procuramos uma mão para segurar alguma dúvida que precisamos encontrar. Um certo algo, um certo alguém.
Apague as luzes, e o que te sobra? Abro minhas mãos, e descubro que estão vazias. E apertando meu rosto contra o chão, preciso encontrar uma razão. Apenas procurando em qualquer canto, por algo em que eu possa realmente acreditar.
Você tem muito e gasta todo seu tempo colecionando vento e descobrindo que não é o suficiente. E não importa o quanto você tente, você nunca acha o que procura.

// Apague as luzes, e o que te sobra?

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Porque as pessoas nunca pensam na possibilidade do 'se não'?
E se eu não conseguir esquecer ele?
Parece que as pessoas hoje em dia se fazem forte, em algo que não é necessário. Querem mostrar o quão grandes elas conseguem ser, mesmo com todos os problemas e lembranças, sufocados em suas gargantas. Se tiver que chorar, chora, sabe? A força não é nada, é apenas a sua capacidade de esconder a dor.
Dai quando você está mal, vêem com aquele papo de 'mas imagine, se você tivesse perdido isso, isso e isso... eu superei, não sei o que'. Ok. Mas agora me diz, se cada individuo é especial e diferente, os problemas com certeza tendem a ser diferentes, com a sua gravidade conseqüentemente, diferente.
Ele se faz de forte, mas no fundo está pior que eu.

// Afinal, se não fôssemos tão diferentes assim, eu acho que conseguiria esquece-lo facilmente.