Eu faço versos como quem chora.
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora.
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... Remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
- Eu faço versos como quem morre.
Teresópolis, 1912/ Bandeira, Manuel/ Livro: Antologia Poética.
2 Comentário(s):
Ta doendo , né?
é.
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