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terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Rivais

"Se a lua sorrisse, teria a sua cara. Você e ela deixam a mesma impressão De algo lindo, mas aniquilante. Ambos são peritos em roubar a luz alheia. Nela, a boca aberta se lamenta ao mundo; sincera. E na primeira chance faz tudo virar pedra. Acordo num mausoléu; te vejo aqui, Tamborilando na mesa de mármore, procurando cigarros, Rancorosa dama, mas não tão nervoso assim, E louco pra dizer algo irrespondível. A lua, também humilha seus súditos, Mas de dia ela é ridícula. Suas reclamações, por outro lado, Pousam na caixa do correio com regularidade encantadora, Brancas e limpas, expansivas como monóxido de carbono. Nem um dia está a salvo de notícias suas. Vadiando pela África, talvez, mas pensando em mim." – Sylvia Plath

segunda-feira, 20 de junho de 2016

A vida urge - em tempo, não ressurge.
Vivo e sigo - sem querer - e as vezes, 
Por temer,
Peco em preferir loucura
À realidade e sem saber da verdade:
Me mato, sim.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Neblina

Me calo em desespero (por inteiro) pra ver se seu som corre um pouco mais devagar em minhas veias.
Sou tão depressa que mal me percebo pisar em mim própria. 
Devaneios.
A ansiedade sai por entre meus póros antes mesmo que eu consiga respirar para enfim, chorar. Fede feito o inferno - como aqueles de estimação que inventamos pras mágoas nadarem em quintas de madrugada.
Eu até pensei em engolir a vida de uma vez, mas descobri que meu próprio sangue: é lento.

Sou tão depressa, mas te quero devagar.
(Sem ar - corações também servem para espancar).

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Os olhos não são mais (theus)


És parte do segredo do universo, amor - "junto com todas as outras coisas as quais admiro e converso".
Penetrastes a curva do meu ângulo reto racional - e as intempéries de amargos dias (seguidos um atrás do outro).
És outra âncora do teu eu - em mim.
Nem pão, nem pedra - mesmo que só marque o caminho pre'u seguir com migalhas, vírgulas e reticências.
Fósforo branco que me consome. 
Lithium que me dá nome. 
Tens um jeito leve de dizer coisas pesadas - e um jeito pesado de dizer coisas leves.
Naturalidade que me causa um pouco de dor. Mas esse é exatamente o tipo de coisa que me faz questionar:
Será que sabes? Sabes que é a maldita razão pela qual ainda tenho fé na vida?
Coceira pedindo por alívio em pele seca.
O único problema é que essas coisas não preenchem a minha grande presença cheia de nada em sua vida - ou até mesmo em sua ausência, como numa morte lenta e solitária (pra mim).
E ainda assim, ouço sua voz ecoando aqui, dizendo: 
— Viva!
Não, amor.
Em mim, transitas.

domingo, 19 de outubro de 2014

Fragilidade



Bem aventuradas são as plantas com os seus ciclos viciosos de nascer, dar vida e morrer, rapidamente. Natureza rápida e cruel, porém fiel. Fria. 
Bem aventurados são os seres humanos, tão sortudos por terem a oportunidade de uma vida tão mais longa. Tão mais cheia de movimento, tanto que se movimentam até em morte. Mas já não sei se o nome disso é sorte; a beleza e a desordem andam acompanhadas. Tão cheias de brilho (mas ambas desamparadas). 

Haja vida longa ou haja morte rápida, só mudamos as palavras: ambas são as mesmas. Se completam. Se quebram.

Ambas as coisas se equivalem (e valem).

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Aguas Claras



Pequena ligação eterna de átomos invisíveis. 
Tocaste meu corpo com a força suficiente para atrai-lo até o seu.
"Sucumbo quando teus dedos mornos tocam-me a prantos"; Prantos salgados de meu corpo, que suam gotas cheia de desejo.
"Então meus ossos explodem, rasgando minha pele, (ainda que) gélida e desabitada."
Pequena ligação eterna de átomos invisíveis. Disse-me coisas com seu sorriso. Me revelastes contente que de ti, preciso. 
Te revelo agora que somos átomos ligados por acordes e batidas, cantos e ritmos, línguas e beijos.
Harmônia é a palavra; A palavra que resume esse desejo.
Corre em nossos corpos a música que nos liga até o fim. Digas que me queres. Digas, porque ficarei aqui.

Pois tu és a música eterna em mim.