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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Bonnança.



Alma cheia. Mesmo em partes, com a mente vazia.
Havia algumas promessas que eu nem sabia que existiam em mim, e quebrei. E já te disse? Na primeira noite eu não dormi. Fiquei imaginando como alguém poderia me fazer tão bem sem ao menos me olhar nos olhos. E embora estivéssemos longe, foi essa sensação que senti: olhos nos olhos. Sem olhar. 
Lembro-me que ousei a imaginar a intensidade do seu abraço, e a velocidade de sua respiração quando me olhasse nos olhos, algum dia, por acaso. Posso dizer que hoje, até consigo dormir, muito mais do que antes de te conhecer, e mais ainda do que no dia em que falei contigo pela primeira vez. Tenho certeza que deve ser esses contratempos de calma que agora você me proporciona. Mesmo assim, na maior parte das minhas noites ''bem'' dormidas, eu acordo no desespero e com angústia. Ou as vezes até falando algumas palavras que escorregam sem querer do meu cérebro para a minha boca. Palavras entorpecentes, as quais eu não sei por qual culatra saem. Mas tudo isso, é um momento de insônia que logo passa. Ou é só por não te ter por perto mesmo. Ou coisa assim.
A respeito da promessa, é como se uma imensidão de canivetes caíssem do céu, e não me machucassem. Junto com eles, uma sede de saber como você está (mesmo as vezes, já sabendo) me consumisse e me engasgasse com a minha própria respiração. Essa promessa só existia por mim, e eu já não consigo existir. Não sem você. E assim, a promessa se foi. O objetivo? Era eu não me apegar. A nada. A ninguém. E hoje, tenho apego e carinho. A mim mesma, e agora à você. Mas à você do que a mim.
E sabe? Toda vez que amanhece, eu me sinto sozinha. Mesmo com a alma cheia. E penso que não poderíamos, de qualquer forma, ficar juntos. Não por mim. Não por você. Mas por min'alma, que creio que transbordará só pelo ato de suas mãos tocarem as minhas. E o destino já me avisou que se ao seu lado eu ficar, de alegria minha alma sucumbirá. Pois meu corpo é muito pequeno para tal sentimento. É muito pequeno para tamanha força de seu olhar.
Das vezes em que consigo fechar os olhos e respirar, elas são todas por sua culpa. Então eu sinto o ar sair sem dificuldade dos meus pulmões, mesmo sempre estando com a fumaça de um cigarro caro correndo dentro de mim. É como se eu estivesse pagando para morrer. Eu também comecei a preferir a viver só nesses momentos, nos quais você se comunica comigo, mesmo que por pensamento. E se eu pudesse, eu repousaria o resto das vezes em que tivesse que respirar longe de você, ou ficar sem ouvir tua voz. Me aqueces com suas palavras e bons tratos.
Pois é, quebrei aquela promessa. Destruí o mundo que tinha criado para tentar me proteger de mim mesma, de meus próprios pensamentos. Destruí esse mundo para deixar que em vez de uma dor profunda, suas palavras me revestissem, e enfim eu pudesse ao menos dormir tranquila. Pensei até em sequestrar-te por uns mil dias. Ou pra sempre mesmo. E achar algo bem confortável para encostar sua cabeça. Poderia até ser o meu colo. Sentar na beira de alguma praia que encontrássemos pelo nosso caminho, ou olhar bem no fundo dos seus olhos e implorar para que tudo ficasse laranja como o pôr-do-Sol. E eu enfim, pudesse deixar de escolher entre o dia intenso demais e a noite solitária, para escolher outras duas coisas: a claridade do seu abraço, e a ternura do seu olhar. Que tudo eternamente apenas entardecesse, e que nossas vidas pudessem se resumir à isso: A tarde infinita que conforta a mim e a ti.

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