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terça-feira, 20 de setembro de 2011

Só é bom quando te faz mal.

sábado, 17 de setembro de 2011

Eu estou bêbada, se não for isso, alterada. Só quero dizer que ainda há um pouco de alcool no meu corpo.
Digo isso porque vi as luzes brilhando, dancei mais que todo mundo naquela festa, vi pessoas por três delas, a igreja de cabeça pra baixo, e estou cheia de arranhões.
O carro capotou e os três, saímos vivos. Não sou de compartilhar esses acontecimentos, mas eu preciso escrever.
Segundo o médico, falei pra ele que precisava escrever. Perguntei se era um sonho. E ainda disse, mas uma vez que eu precisava escrever.
Minha cabeça dói. Deve ser as várias doses de conhaque. Quando chegou na 11º, parei de contar. E parei de contar quantas vezes minha mãe disse 'filha, não beba' e eu voltei bêbada, caindo e vomitando pra casa (se é que posso chamar de casa esse inferno, que hoje agradeço em ter, onde moro).
E é, foi Deus mesmo. Ou algo maior que isso. Só quero dizer que todos os motivos por eu ainda permanecer aqui, só constam por algo maior, ou algo além do que eu possa imaginar. O carro destruido. A pica dos deuses passou por cima daquilo. Eu sai de lá, desesperada pra salvar outra vida. Não foi a minha. Eu não me importava. De fato, se eu pudesse ter morrido ali, eu o faria.
Mas eu precisava salvar o Pedro. E esses nomes com P me perseguem.
Mas, foi uma coisa tão intensa. Vi a vida passar por mim em cinco segundos.
Aprendi o que é querer respirar mais de uma vez por segundo.
Pessoas que nem conheci, sentimentos que eu nem ousei sentir, passaram por mim. Como um raio, que transcende de uma ponta do ocidente, e vai acabar no quinto dos infernos, onde o horiente começa.
Nada mais que a mera lembrança de viver.
Sentia me como se fosse viver pra sempre, só que viver em apenas 5 segundos me parece tão precário.
Morrer em 5 segundos me parece tão intenso.
As coisas acontecem e a gente nem percebe. É nessas pequenas (grandes) coisas, que o mundo é construido. As coisas vem e vão, e os segundos transcendem os cortes que tenho no meu corpo.
Eu lembro do quanto eu sangrei, e no quanto eu chorei.
Tirando as burradas que eu fiz, até que me pareceu um dia normal. Só que agora fico pensando, se eu não tivesse acordado na hora que eu acordei hoje, isso teria acontecido, ou eu teria adiantado as coisas, se eu tivesse acordado mais cedo?
Fico pensando mais ainda na vida de quem estava la comigo, naquele beco, que agora não é mais um carro. Penso até em ajudá-lo à pagar, começar a trabalhar e terminar de fuder minha vida, sem tempo. E que vida? Sem vida.

Sem tempo pra pensar.
Sem nada. Só com pressa, de ver a morte passar rápido, mesmo sendo a vida que esteja passando pelos olhos. Pressa mais ainda de querer ver quem a gente gosta, mesmo sabendo que isso pode nunca mais existir. Pressa de sumir.
Pressa de sentir. Sentir nada, e sentir tudo.

Sentir.
É quando menos percebemos, que realmente sentimos alguma coisa.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Fico fingindo que não sinto nada.

/Até quando vai essa rotina, eu não sei. Mas assim têm estado bem, tão bem, que eu não percebo o mal que faço á mim fingindo não pensar n'outras coisas. E s'eu não penso, eu não sinto, e se eu não sinto, eu não vivo (...)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

08 de Setembro, 2011.
Balneário de Camboriú - SC.

É, o mar veio até mim. Lógico.
É como a dor. Ela vem como amor, depois que a gente a conhece, se mostra como dor. Estou com uns hematomas nas pernas, e nem sei como os adquiri. Só sei que começou a doer depois que eu sai do mar.
É tão deserto aqui. Quase ninguém.
E aquela hora, só havia eu. E o mar.
Os dias têm sido longos, e a chuva não parou. E acho que foi por minha causa. Os dias têm sido realmente longos. Mas é sempre assim quando a maré esta alta, por algum motivo pelo qual eu não sei.
E por esse mesmo motivo, a água que me tocou, me doeu. Profundamente.
Águas do Sul.
Existe um inferno em baixo daquilo tudo. E existe um céu sob aquele oceano. Mas sobre o inferno, acredite em mim. Eu o senti. E o céu? Você viu.
Eu vi.
Mais amplo que o oceano.
Mais amplo que a minha vida.

Fico lembrando de pessoas que eu não deveria. Entrei no mar com a intensão de que ele me levasse embora alguma dor. Quase me sacrifiquei. A água batia no meu pescoço. Quase me afoguei. Por um momento eu até quis morrer, de fato.
Quem sabe eu esquecesse [...]
Enquanto eu deixei algumas ondas cobrirem minha cabeça, senti como se tudo, por um momento, tivesse passado. Pensei que talvez se eu tivesse soltado as minhas mãos daquela pedra, iria ser pra sempre assim. Não sentir nada pra sempre me parecia uma boa ideia.
A própria onda me colocou pra fora do mar em questão de segundos, então vi que a minha própria vida pode bem me tirar do buraco em que meu coração está.
Tentei ligar hoje. Várias vezes. Sinto que o perdi.
E isso dói. Dói mais até que os hematomas nas minhas pernas que não sei de onde vieram. Eu não sei de onde vim, e não sei mais o que sentir. Estou anestesiada.
E vejo melhor as coisas assim. Eu sinto, mas não reajo. Queria ser sempre assim. Vai ver eu sou assim.
O gosto salgado ainda paíra sob a minha pele.
E eu venho sentido que tudo o que eu toco vira pedra. E no mar, as pedras me ajudaram a sobreviver.
A vida é tão ampla, e tão minuscula que eu acho que não caberia no mar.
A minha vida não caberia no mar. Acho que por isso a própria onda me colocou forçadamente pra fora do mar.
Porque eu sou pequena demais pro mar. Embora eu seja assim, tão complexa. Porque eu sou grande demais pro mar, embora seja assim, tão pequena.
Mas o dia já acabou. O que ainda não acabou foi a minha vida, e a imensidão do mar.
E na real, acho que a vida de ninguém acaba. Nem depois da morte.
Nem depois do mar.
Há vida depois do mar.
Há vida demais em mim. Há vidas em mim.

E creio que foi por isso que o mar não me levou.
Porque eu não sou só eu. Existem coisas em mim que nem eu mesma sabia que existia.
E o mar não me aceitou por esse exato motivo.
Ele me conhece, mas não conhece o que habita em mim.

Eu não conheço o que habita em mim.

Meu diário.

sábado, 3 de setembro de 2011

Eu gritava silenciosamente que precisava ir pra casa. Mas ninguém escutava. E ninguém entendia que minha casa era cada um daqueles três.
Três almas, que pelo acaso do destino foram destinadas à estar comigo aquele dia. Me odiaram, me acharam tosca. Menina idiota, que fala demais, pensa demais. Mas, agora me digam, qual é a expectativa que eu deveria ter, sendo assim, tão 'eu'? Algo já me dizia que aquela noite era pra ser minha, mesmo com os imprevistos, erros, e contradições.
Eu bebi, pra esquecer. Querendo não estar ali, eu comecei a reparar nos olhos de cada um. Eu quase fiz besteira. Minha mãe não gosta do meu olhar. E eu não sei porque, deve ser porque é muito profundo. E como é profundo...
Eu só observava por aleatoriedade.
Só pra vocês saberem, são 6:18 da manhã, e eu ainda não dormi. E sei que se eu for ao menos tentar dormir, eu não vou conseguir. Nem falar eu consigo. Me olhando no espelho, eu vejo toda a podridão que ele quis dizer estar nele, mas na verdade, esta em mim. Bebi tanto, que já não sei quem realmente vejo no espelho. São três de mim, e eu vejo erros em cada um desses reflexos. Erros diferentes, mesmo assim, erros.
De fato, sou tão nova... Mas acho que vivi mais que muita gente ali. Não generalizando, mas só dizendo, que ninguém é o que parece ser.
O que será que eu deveria ter aprendido? Reparei em tanta coisa, e bebi tanto, que, ao certo eu não sei o que de fato aconteceu. Lembro me daquela música, entrando fixamente nos meus ouvidos, dizendo 'que se eu estou sozinha, existe alguém esperando por mim. Mas enquanto eu estou em pedaços, em pedaços permanecerei.' Tentei gritar isso, não consegui.
E se eu conseguisse, de novo, eles não me ouviriam.
O velho da esquina veio me fazer companhia quando fiquei sozinha. Me deu cigarro, me ofereceu cocaína, e me falou o nome do cachorro que gostei. Era Jony. O velho disse muita coisa. Disse coisas que eu não queria ouvir, e coisas que ignorei. Deve ser assim que as pessoas se sentiram em relação à mim naquela noite. Eu não precisava ter falado tanto, embora eu não lembre o que eu falei. Eu não precisava ter reparado tanto. Eu não precisava lembrar disso.
Será que existe algo que me faça esquecer dessa dor? Dor estranha do caralho. E a culpa é minha, de novo. Me envolvo mentalmente com as pessoas, e elas nem percebem, mas se deixam levar por isso. Deve ser por isso que minha vida é fodida. Laços são feitos pra serem cortados.
Não sei o que me deram pra beber, e também não sei porque beberam por mim.
Só quero que todos vocês saibam que nada é em vão. Eu de fato não sei nem o propósito desse texto.
Eu deveria encarar isso como só mais uma noite das quais eu fiquei realmente bêbada, e acordar no outro dia, com uma dor dos infernos, xingando Deus e o mundo. Mas, não consigo. Fiquei sã pensando no quanto de tempo eu ainda tenho pra pensar hoje.
Acabei de olhar no vão da porta, o Sol já raiou.
Minha cabeça tá girando, e eu só estou concentradíssima na velocidade que meu coração manda as palavras para o meu cérebro. Ele envia tanta coisa, que não sou capaz de expressar por apenas um monte de palavras.
Dividimos o cheiro do cigarro, e o som extremamente fodido me que deixou um 'pi' no ouvido. Dividimos estórias, nomes estranhos, e o diabo a quatro. Na verdade, eu só lembro disso. E da minha paranoia. Só lembro do que foi puro.
Puro é isso: algo que não tem mistura. Coisas específicas, mas com um significado forte, e que ainda assim, continua sendo bonito. Que marca. Machuca. Exagera. E é explicito por si próprio. Não precisando de explicações, ou de uma força maior pra ser entendido.
Puro são os sentimentos.
Puro foi o que eu senti olhando pro céu, enquanto o carro andava, e eu escutava a conversa de vocês sem vocês saberem. Puro foi como a noite passou e eu nem vi. Puro é o que sobrou de mim nessa noite.

/Um pouco de cada um de vocês.

Odeio compartilhar meus segredos. Mas acho que pelo menos agora, três pessoas, nas quais eu nem sei se devo confiar sabem deles.

E sabem com a mente. E sabem com o coração.
Eu... Sei la, eles estavam inconscientes e queriam que eu calasse a boca. Disso eu sei. Mas, o velho da esquina, disse que eu deveria contar pra quem eu me sentisse a vontade, e eu apenas o fiz.